09/01/2013

O João de Barro trabalha a semana inteira e guarda o sagrado domingo em descanso

O joão-de-barro não trabalha aos domingos se algum souber por favor me avise que vamos acompanhar a sua atividade.

joão-de-barro ou forneiro (Furnarius rufus) é uma ave Passeriforme da família Furnariidae. É conhecido por seu característico ninho de barro em forma de forno (característica compartilhada com muitas espécies dessa família). É a ave símbolo da Argentina, onde é chamado de hornero ("Ave de la Patria" - desde 1928).

Descrição

Possui o dorso inteiramente marrom avermelhado (por isso o epiteto específico rufus). Apresenta uma suave sobrancelha, formada por penas mais claras, em leve contraste com o restante da plumagem da cabeça. Rêmiges primárias (penas de voo, nas asas) anegradas, visíveis em vôo, com as asas abertas. Ventralmente é de coloração mais clara.[1] Tem cerca de 20 cm de comprimento e não apresenta dimorfismo sexual evidente,[2] mas sua plumagem pode mostrar variações regionais; no sul da Argentina tende a ter um tom mais pálido e acinzentado; no Piauí e Bahia as cores são mais fortes, mais avermelhado no dorso e mais escuro e ocre no ventre. Também seu tamanho pode variar, sendo em geral as populações do sul ligeiramente maiores que as do norte.[3]

Ecologia e biologia

Vive em áreas de vegetação esparsa ou em campos abertos. Passa grande parte do tempo no solo, destacando-se por seu andar pausado característico, que alterna com pequenas corridas.[1] Alimenta-se de insetos e larvas, aranhas e outros artrópodes. Pode ocasionalmente ingerir sementes.[2] Raramente forrageia nas árvores. São monógamos e os casais permanecem unidos por longo tempo. Defendem seu território ao longo de todo o ano, tanto a fêmea como o macho, mas podem pernoitar fora de sua área.[3] Têm o hábito de cantar juntos à entrada do ninho, agitando suas asas.[7]
Seu ninho tipicamente em forma de forno o tornou popular. Em estado natural prefere os galhos baixos de árvores e troncos secos para nidificar, escolhendo pontos que possuam boa visibilidade do entorno, mas se não encontra um local adequado, pode nidificar até no chão ou sobre alguma rocha saliente.[3] Em zona urbana, onde está perfeitamente adaptado, prefere postes elétricos, podendo construir também sobre edificações humanas.[8] O hábito que tem de usar postes de eletricidade para nidificação tem causado problemas de manutenção para as empresas de energia elétrica.[9] Não há relação direta entre a construção de ninhos e o período reprodutivo. A ave passa quase todo o ano envolvida em construções, às vezes mais de uma ao mesmo tempo, o que pode ser explicado pelo grande índice de perdas de ninhos por invasões de outros animais, acidentes com destruição e intervenção humana, e pela disponibilidade de barro fresco, que depende do regime de chuvas.[3]
O casal se reveza na construção do ninho, uma estrutura em formato de forno, com 17 a 30 cm de diâmetro e uma altura de cerca de 20 cm, que pode pesar até 12 kg, embora a média seja de 5 kg. Divide-se em uma base ou plataforma, um vestíbulo estreito e uma câmara incubadora mais ampla, arredondada. A entrada tem em geral uma forma elíptica ou em crescente. Seu material é o barro, a palha e o esterco fresco. Todos os anos constroem um ninho novo, mas às vezes podem reformar um antigo. Também podem construir mais de um ao mesmo tempo. A construção leva de 2 a 18 dias para terminar, conforme a disponibilidade de material, mas se este falta podem interromper o trabalho e iniciar outro ninho quando as chuvas formam novo barro. Depois de pronto o casal se ocupa em forrar a câmara incubadora - o que nem sempre ocorre - com fibras vegetais, pelos, cerdas e penas.[3][2][1]
Ali a fêmea coloca de 3 a 4 ovos brancos, de casca frágil, que pesam de 4 a 7 g e medem de 27 a 29 mm de comprimento por cerca de 21 mm de diâmetro. A incubação, realizada pelo casal, só inicia consistentemente após a postura do terceiro ovo, levando de 14 a 18 dias. À noite, porém, parece que a incubação fica a cargo da fêmea. A taxa de natalidade é muito variável conforme a região. Os filhotes pouco depois de nascerem já apresentam comportamento defensivo, silvando como cobras e atacando intrusos com os bicos abertos, mas sem qualquer pontaria efetiva. Ambos os pais os alimentam. No início os adultos permanecem junto dos filhotes para aquecê-los, mas após oito dias de vida os pais vão passando mais tempo fora do ninho. Com 14 dias as crias já treinam seu canto, e aos 20 dias deixam o ninho, mas por poucos dias mais os pais ainda os alimentam. Se uma segunda postura se realiza na mesma temporada, os juvenis podem ajudar os pais a construir um novo ninho.[10]
Entre seus inimigos estão o anu-branco, o guira-guira, que preda ovos e filhotes, o gavião-carijó, a águia-chilena, que destroi o ninho e preda filhotes, e o gambá, que preda ovos, filhotes e adultos e depois ocupa o ninho. Pardais podem expulsar o joão-de-barro para usar seu ninho. O Molothrus bonariensis pode parasitar os ninhos colocando ali seu ovo, para que o casal de joão-de-barros o incube e crie o filhote alheio. Ninhos vazios são ocupados por uma grande variedade de aves, alguns insetos como abelhas e percevejos, além de cobras e pererecas. A andorinha Phaeoprogne tapera utiliza exclusivamente ninhos vazios de joão-de-barro para sua própria nidificação.[11]
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o-de-barro





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