07/10/2010

Raul Bopp, o escritor que levou o nome de Tupanciretã para o Brasil

         Muitos Tupanciretanense deixaram e fazem nome na cultura, no esporte, na agricultura, na administração publica e até mesmo em empresas como a Sadia.
      Na cultura o destaque vai para Raul Bopp que na Terra da Mãe de Deus cresceu, estudou e depois saiu pelo Brasil e o Mundo.
       Nascido no distrito de Vila Pinhal, então pertencente ao município de Santa Maria (e atual Itaara), fundou dois semanários em Tupanciretã (cidade gaúcha para onde se mudou com a família nos primeiros meses de vida), nos quais expunha sua veia literária. Cursou Direito entre 1918 e 25, em diversas faculdades do país, até formar-se (viajou, então, por todo o Brasil, tendo conhecido sobretudo a Amazônia, base para a construção de sua obra-prima, Cobra Norato).
      Designado para Cobe, Japão, ocupou o cargo em trânsito de julho a agosto do mesmo ano, e no posto desta data até fevereiro de 1934, quando foi nomeado Cônsul de 3° classe. Em janeiro de 1935 integrou a Comissão de Recepção à Missão Econômica Japonesa. Esteve no consulado de Cobe até novembro de 1935. Neste mês, já então Cônsul de 2° classe, a cujo posto ascendeu por merecimento, foi removido para Yokohama, aí permanecendo em trânsito de novembro de 1935 a janeiro de 1936; no posto até maio de 1938, removido para a secretaria, esteve, em trânsito até julho de 1938, no posto até junho de 1941. Nesta ocasião, foi transferido para Los Angeles, nos Estados Unidos . Durante sua permanência nessa cidade foi elevado a Cônsul de 1° classe, por merecimento, exercendo essas funções até fim de 1944. A partir de 1938, ocupou o cargo de Diretor da Secretaria do Conselho Federal do Comércio Exterior. Jornalista conceituado, foi um dos principais redatores da "Agência Brasileira", em São Paulo.
       Integrou o grupo paulista do modernismo, de cujas correntes verde-amarelas (Pau Brasil) e antropofágicas fez parte. Sempre conviveu em ambientes literários, sendo amigo de autores consagrados como Jorge Amado e Carlos Drummond de Andrade.
      Cobra Norato é considerado seu principal livro e obra mais importante do movimento antropofágico. A obra ostenta a grandeza do mundo em formação que é o Amazonas. Pela força de suas descrições, pelo lirismo que informa o poema, pelo seu aproveitamento das raízes populares, é um documento de valor definitivo do Modernismo brasileiro. Sendo uma importante obra relacionada ao Primitivismo do primeiro modernismo brasileiro, apresenta forma inspirada nas vanguardas européias, especialmente na forma de compôr cubista.


    Obras de Raul Bopp:
  • Cobra Norato (1931)
  • Urucungo (1932)
  • Notas de Viagem (1960)
  • Nota de um Caderno sobre o Itamarati (1960)
  • Movimentos Modernistas no Brasil (1966)
  • Memórias de um Embaixador (1968)
  • Putirum (1969)
  • Coisas do Oriente (1971)
  • Poesia Completa (1998)

 Cobra Norato

  (fragmento)
I
Um dia

ainda eu hei de morar nas terras do Sem-Fim.

Vou andando, caminhando, caminhando;

me misturo rio ventre do mato, mordendo raízes.

Depois

faço puçanga de flor de tajá de lagoa

e mando chamar a Cobra Norato.
— Quero contar-te uma história:

Vamos passear naquelas ilhas decotadas?

Faz de conta que há luar.

A noite chega mansinho.

Estrelas conversam em voz baixa.

O mato já se vestiu.

Brinco então de amarrar uma fita no pescoço

e estrangulo a cobra.

Agora, sim,

me enfio nessa pele de seda elástica

e saio a correr mundo:
Vou visitar a rainha Luzia.

Quero me casar com sua filha.
— Então você tem que apagar os olhos primeiro.

O sono desceu devagar pelas pálpebras pesadas.

Um chão de lama rouba a força dos meus passos.

RAUL BOPP é destaque no Brasil presente
Esta biblioteca está localizada em São Paulo na Rua Muniz de Souza, 1155


Está associação esta localizada em Tupancireta no centro da cidade ao lado aonde existia o Cine Capitólio.

 
FATOS E FOTOS historicas de Raul Bopp
278 – FOTO JELBER – Rio – Fotógrafo exclusivo do Copacabana Palace Hotel – REUNIÃO DO SABADOYLE – 11-11-1972 – Grupo de frequentadores da famosa reunião de intelectuais cariocas – ALVARUS – CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE – PLINIO DOYLE – PEDRO NAVA – RAUL LIMA – PERICLES MADUREIRA DE PINHO – GILBERTO TELLES – ALPHONSUS GUIMARÃES FILHO – JOAQUIM INOJOSA – Aparecem ainda na foto, sem assinatura, ENRIQUE DE RESENDE, PAULO BERGER, RAUL BOPP e outros.

Encontro informal entre amigos para bebericarem um habitual café com biscoitinhos e desfrutarem do prazer de uma boa conversa. Onde? Na casa de Plínio Doyle. Os amigos? *Homens de toda cultura, dentre eles: Carlos Drummond Andrade, Guimarães Filho, Pedro Nava, Raul Bopp, Homero Senna . Quando? No decorrer dos anos de 1964 a 1998.



Descendente de alemães, este escritor modernista que escreveu sobre os mitos amazonicos, a vida e o ritmo dos negros registrado no  livro "Roteiro da Poesia Brasileira Anos 30


Abaporu - Este é o quadro mais importante já produzido no Brasil. Tarsila pintou um quadro para dar de presente para o escritor Oswald de Andrade, seu marido na época. Quando viu a tela, assustou-se e chamou seu amigo, o também escritor Raul Bopp. Ficaram olhando aquela figura estranha e acharam que ela representava algo de excepcional. Tarsila lembrou-se então de seu dicionário tupi-guarani e batizaram o quadro como Abaporu (o homem que come). Foi aí que Oswald escreveu o Manifesto Antropófago e criaram o Movimento Antropofágico, com a intenção de "deglutir" a cultura européia e transformá-la em algo bem brasileiro. Este Movimento, apesar de radical, foi muito importante para a arte brasileira e significou uma síntese do Movimento Modernista brasileiro, que queria modernizar a nossa cultura, mas de um modo bem brasileiro. O "Abaporu" foi a tela mais cara vendida até hoje no Brasil, alcançando o valor de US$1.500.000. Foi comprada pelo colecionador argentino Eduardo Costantini.

Antropofagia - Nesta tela temos a junção do "Abaporu" com "A Negra". Este aparece invertido em relação ao quadro original. Trata-se de uma das telas mais significativas de Tarsila e o colecionador Eduardo Costantini, dono do "Abaporu", está muito interessado no quadro e já ofereceu uma soma muito alta por ele (que foi recusada pelos atuais donos).
 


Fontes:
Nova enciclopédia de Biografias, 1979, Editora Planalto Editorial






































Um comentário:

  1. Que seria de nós sem a expressão cultural dos seres humanos, eu me sinto orgulhoso em nascer e viver na terra de Raul Bopp, a cultura nesta cidade está sempre presente em momentos como literatura, pintura, dança, tradicionalismo entre outras.
    Luis Afonso Costa

    ResponderExcluir

Obrigado, sua opinião ou comentário é bem vinda.