O Martim-pescador-grande (Ceryle torquata) é uma espécie de martim-pescador natural da região do México até a chamada Terra do Fogo, no extremo sul da América. Tais aves chegam a medir até 42 cm de comprimento, possuindo a cabeça e dorso cinza-azulados, nuca e garganta brancas, partes inferiores castanhas. Também são conhecidas pelos nomes de ariramba-grande, caracaxá, cracaxá, martim-cachá, martim-cachaça, martim-grande e matraca. http://pt.wikipedia.org/wiki/Martim-pescador-grande
MARTIM-PESCADOR
Martim-pescador é o nome comum dado às aves pertencentes a uma família cujos integrantes possuem cabeça grande e bico longo e pontudo. Embora existam delas, em todo o mundo, cerca de 84 espécies, apenas algumas ocorrem no Brasil, das quais o martim-pescador-grande é a mais conhecida, não só pelo seu tamanho, já que é a maior da família alcedinidae no país, mas também pelo canto característico, repetido em intervalos e assemelhado ao som de uma matraca, instrumento formado de tábuas ou argolas móveis que se agitam para fazer barulho. Por isso, em algumas regiões é conhecido por esse nome (matraca), embora na Amazônia seja chamado de ariranha, ou de pica-peixe na linguagem vulgar de outros pontos do Brasil,
Encontradas do México à Terra do Fogo, no extremo sul do continente americano, essas aves alimentam-se basicamente de pequenos peixes, mas em períodos de chuva, quando a água torna-se turva e lhes dificulta a visualização, elas incluem em sua dieta insetos como abelhas, vespas e formigas aladas. Por isso vivem preferentemente às margens de rios e lagos, pousando em galhos de árvores à beira d’água, meio escondidos entre a vegetação, para de lá observar a presença de possíveis presas com tamanho entre 3 e 5,5cm, que capturam com o bico pontiagudo em vôos rápidos e certeiros. De outras vezes, o que é mais comum entre os martins-pescadores grandes, elas se mantém no ar, no mesmo lugar, pairando sobre as águas por breves instantes, para cair de súbito sobre a vítima desprevenida e prendê-la entre as maxilas, retornando a um poleiro em ramo próximo, onde provocará a morte do animal que apanhou batendo-o contra uma superfície dura. Depois o engole inteiro, de cabeça para baixo, regurgitando mais tarde as partes não digeridas.
O martim-pescador é representado no Brasil por algumas espécies, como o martinho (Chloroceryle aenea), o menor da família, também chamado martim-pescador-anão e ariramba-miudinho, que mede 12,5cm e alimenta-se de peixes e crustáceos; ou o martim-pescador-grande (espécie Megaceryle torquata), com 42cm, também chamado de ariramba-grande, flecha-peixe e matraca, um animal migratório que às vezes pode ser encontrado em zonas urbanas; e ainda o martim-pescador-pequeno (espécieChloroceryle americana) medindo em torno de 19cm e também chamado de ariramba-pequena, o mais comum no Brasil (tem 5 sub-espécies conhecidas), cujo habitat são os rios e lagos menores, onde faz vôos rasantes sobre a água seguindo as curvas do rio e as vezes percorrendo centenas de metros, mas adaptando-se a pequenos charcos tomados por aguapés e outras plantas aquáticas; o martim-pescador-pintado (espécie Ceryle inda), encontrado no Brasil em Mato Grosso, Goiás e litoral do Rio de Janeiro a Santa Catarina, com 20/22cm de comprimento, sendo conhecido em algumas regiões como martim-pescador-da-mata; e o martim-pescador-verde (espécieCeryle americana), que mede cerca de 29,5 cm de comprimento e às vezes defeca na água para atrair peixes, também chamado de ariramba-verde e martim-gravata.
A maioria dos martins-pescadores é monogâmica, vivendo em pares cujo território varia em tamanho, entre as espécies, conforme a abundância de alimento e disponibilidade de local para o ninho. Onde estes são escassos, algumas poucas espécies reproduzem em colônias livres e defendem apenas uma área imediatamente em torno do buraco do ninho. É conhecida a ocorrência de poligamia em pelo menos uma espécie: na Rússia, um macho da família Alcedo meninting, freqüentemente acasala com até três fêmeas. Embora sejam sedentárias algumas poucas espécies são migratórias ou parcialmente migratórias
Com um ano de idade a maioria dos martins-pescadores inicia a atividade de reprodução, que varia consideravelmente. Nas regiões temperadas ela ocorre durante a primavera e verão, mas nas tropicais isso pode acontecer durante o ano todo, sazonalmente ou durante o tempo de maior disponibilidade de alimento. A maior parte dos martins-pescadores tem uma ninhada por ano, embora,, em condições favoráveis, algumas espécies possam ter até quatro.
As aves que fazem seus ninhos em tocas têm a vantagem de manter os filhotes protegidos das intempéries. Elas geralmente vivem em rochedos ou em grande altitude, mas também utilizam cupinzeiros e até mesmo cavidades existentes em árvores, onde os buracos feitos por pica-paus, por exemplo, são facilmente utilizados. Se estes não estiverem disponíveis, elas escavam a madeira caso esta esteja suficientemente podre. No caso do martim-pescador, seu ninho é difícil de ser avistado, o que condiz com o comportamento esquivo e arredio da ave, mas, no entanto, o mau cheiro dos dejetos e das espinhas de peixe deixados ao longo do tempo por várias de suas ninhadas, pode denunciar a proximidade de um ninho.
No início da época de procriação, o casal de martins-pescadores passa cerca de duas semanas cavando o ninho no barranco do rio, fazendo isso com o bico e chutando a terra para trás, com as patas, construindo dessa forma um túnel ascendente de 75cm de comprimento, ou pouco mais, tendo no final uma câmara onde a fêmea bota de três a seis ovos cujo período de incubação varia de 19 a 21 dias. Mesmo quando ainda bem pequeninos cada filhote precisa comer um peixe pequeno por hora, o que importa em dizer que durante esse período de tempo os pais têm de pescar pelo menos seis peixes para a filharada, afora os seus. Com um mês de vida e prontos para deixar o ninho, os filhotes comem, individualmente, quatro peixes por hora, ou seja, 24 a 28 no total, razão pela qual não sobra tempo para os pais limparem o ninho, mesmo que queiram. Por isso eles ficam tão sujos de dejetos e regurgitações que, antes de recomeçarem a pesca, lavam-se no rio para as penas não grudarem e perderem a impermeabilidade natural.
Quando os filhotes estão prontos para deixar o ninho, o pai ensina-os a pescar, enquanto a fêmea inicia uma nova postura de ovos no mesmo ninho. Chegada a época em que a segunda ninhada está pronta para partir, o ninho está tão sujo que quase não há espaço para os pais entrarem.
Imagina-se que os martins-pescadores possuem uma vida relativamente longa, mas a longevidade e a taxa de sobrevivência são desconhecidas para a maioria das espécies. Entre as causas de sua mortalidade incluem-se os predadores de todos os tipos, e a colisão com estruturas feitas pelo homem, que ocorrem durante migrações noturnas.
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