A soja colhida na lavoura acaba virando dinheiro na cidade. Em anos de boa safra, todos os setores econômicos se beneficiam dos lucros. Já em anos de quebra, essas cidades também amargam períodos de retração econômica. Com a expectativa de movimentar cerca de R$ 12 bilhões em todo o Estado, a soja deve despejar cerca de R$ 378 milhões em Tupanciretã, R$ 233 milhões em Cruz Alta e R$ 201 milhões em Júlio de Castilhos (veja quadro com os detalhes de cada município abaixo).
O dinheiro obtido na lavoura se transforma em prédios, automóveis, investimentos no comércio e na compra de máquinas agrícolas. Em Cruz Alta, o setor de construção civil nunca esteve tão aquecido. Atualmente, ao menos oito prédios estão sendo erguidos. Para Ana Luiza Cattaneo, uma das proprietárias da Construtora Cattaneo, a riqueza produzida pela soja é fundamental. Um edifício residencial de alto padrão, que seria lançado em 2012, teve o cronograma ajustado para 2013 por causa da estiagem do ano passado.
– Temos muitos clientes ligados ao agronegócio. Pelo menos 30% de nossos compradores. O produtor rural tem interesse em diversificar a sua renda – disse Ana.
Em Tupanciretã, a soja também ajudou a transformar a cidade. O agricultor Pedro Herter tornou-se, em cerca de duas décadas, um dos principais empresários do agronegócio regional. Com a Multirural, uma das principais cerealistas da região, que começou como uma pequena revenda de defensivos agrícolas, Herter se espalhou por mais de 20 municípios das regiões Central e Fronteira Oeste.
– Fomos crescendo junto com a soja. Os investimentos cresciam no mesmo ritmo do aumento de área das lavouras – explicou Herter.
Investimentos em máquinas e armazéns devem crescer
Os sucessivos recordes na produção de soja no Rio Grande do Sul têm despertado a atenção para um problema que emperra o crescimento do setor. Os obstáculos logísticos (como transporte e armazenamento) encarecem a produção. Atualmente, falta espaço para guardar a soja colhida, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os armazéns do Estado têm capacidade para receber 31,5 milhões de toneladas de grão. Mas a produção de 28 milhões de toneladas já oferece risco ao setor que deveria ter capacidade de receber ao menos 33 milhões de toneladas. Para isso, não faltam projetos, ao menos as duas cooperativas da região estão investindo na compra e na construção de novos silos.
LEANDRO BELLES|LEANDRO.BELLES@DIARIOSM.COM.BRO dinheiro obtido na lavoura se transforma em prédios, automóveis, investimentos no comércio e na compra de máquinas agrícolas. Em Cruz Alta, o setor de construção civil nunca esteve tão aquecido. Atualmente, ao menos oito prédios estão sendo erguidos. Para Ana Luiza Cattaneo, uma das proprietárias da Construtora Cattaneo, a riqueza produzida pela soja é fundamental. Um edifício residencial de alto padrão, que seria lançado em 2012, teve o cronograma ajustado para 2013 por causa da estiagem do ano passado.
– Temos muitos clientes ligados ao agronegócio. Pelo menos 30% de nossos compradores. O produtor rural tem interesse em diversificar a sua renda – disse Ana.
Em Tupanciretã, a soja também ajudou a transformar a cidade. O agricultor Pedro Herter tornou-se, em cerca de duas décadas, um dos principais empresários do agronegócio regional. Com a Multirural, uma das principais cerealistas da região, que começou como uma pequena revenda de defensivos agrícolas, Herter se espalhou por mais de 20 municípios das regiões Central e Fronteira Oeste.
– Fomos crescendo junto com a soja. Os investimentos cresciam no mesmo ritmo do aumento de área das lavouras – explicou Herter.
Investimentos em máquinas e armazéns devem crescer
Os sucessivos recordes na produção de soja no Rio Grande do Sul têm despertado a atenção para um problema que emperra o crescimento do setor. Os obstáculos logísticos (como transporte e armazenamento) encarecem a produção. Atualmente, falta espaço para guardar a soja colhida, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os armazéns do Estado têm capacidade para receber 31,5 milhões de toneladas de grão. Mas a produção de 28 milhões de toneladas já oferece risco ao setor que deveria ter capacidade de receber ao menos 33 milhões de toneladas. Para isso, não faltam projetos, ao menos as duas cooperativas da região estão investindo na compra e na construção de novos silos.
CELEIRO DA SOJA
Economistas apontam riscos
Apesar dos dividendos proporcionados pela soja, economistas alertam para o risco de centrar a economia em uma só atividade. Apesar da região ser forte na produção de outras culturas, como trigo, milho e recentemente gado leiteiro. Este último inclusive, ganhou impulso com a instalação de uma indústria de laticínios da cooperativa Central Gaúcha de Leite (CCGL), em 2010, que recebeu investimento de R$ 250 milhões até agora. Para o economista José Carlos Severo Corrêa, da Un iversidade de Cruz Alta (Unicruz), é necessário apostar ainda mais na diversificação para escapar da dependência de uma monocultura. Opinião que é compartilhada com outro economista, Argemiro Brum, da Unijuí.
– Temos de diversificar a produção ou criar condições de produção que eliminem ao máximo os riscos, como tem sido o caso da irrigação para os grãos.
Para o economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE) Rodrigo Feix, tem de haver esforços para agregar valor a produção. Hoje, 50% da soja produzida no Estado é exportada a granel, o que equivale a cerca de 6,1 milhões de toneladas.
– Na realidade, o governo, hoje, praticamente favorece a exportação de soja a granel. E os importadores também preferem assim. Mas é necessário que se faça pressão para mudar isso – aponta Feix.
– Temos de diversificar a produção ou criar condições de produção que eliminem ao máximo os riscos, como tem sido o caso da irrigação para os grãos.
Para o economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE) Rodrigo Feix, tem de haver esforços para agregar valor a produção. Hoje, 50% da soja produzida no Estado é exportada a granel, o que equivale a cerca de 6,1 milhões de toneladas.
– Na realidade, o governo, hoje, praticamente favorece a exportação de soja a granel. E os importadores também preferem assim. Mas é necessário que se faça pressão para mudar isso – aponta Feix.
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