28/10/2014

Cooperativa Rural Serrana e o transporte de carnes via férrea em upanciretã

A Cooperativa Rural Serrana Ltda teve em seu patrimônio 20 vagões isotérmicos construídos em 1953 pela COBRASMA com a classificação da RFFSA SR6 e logo em 1955 foram construídos vagões totalmente metálicos.

Abaixo temos um modelo destes vagões isotérmicos IC – 39000 a 39019




A lista e o mapa desse período são apenas simbólicos, como a “nuvem eletrônica” das velhas aulas de Física, que se limita a indicar probabilidades. Lacunas são mais do que prováveis.
Verificam-se, de um modo geral:
·                    O crescimento do mercado interno, paralelamente à industrialização do país e consequente urbanização da população.
·                    A criação e/ou expansão de iniciativas locais nas áreas de colonização europeia recente, caracterizadas pela pequena propriedade familiar, em Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul, que dariam origem à Sadia e à Perdigão, por exemplo. Uma estratégia gradualmente direcionada para produtos de maior valor agregado, tendo em vista a ampliação do consumo interno, permitia menor dependência da ferrovia, suportando até o transporte aéreo.
·                    A substituição de antigas charqueadas por frigoríficos, em especial no oeste do Rio Grande do Sul, estimulada a partir de 1934 pela criação do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal. A orientação classista (marcada na Constituição de 1934) reflete-se na organização cooperativa de vários desses estabelecimentos.
·                    O investimento em pastagens artificiais no Sudeste e Centro-Oeste.
·                    O estímulo dos governos de Minas Gerais à industrialização, em especial no pós-guerra.

Ano
Cidade
UF
Frigorífico
1916
Cotiporã
RS


Concórdia
SC


Chapecó
SC


Videira
SC


Herval d'Oeste
SC

1936
São Gabriel
RS
Cooperativa Rural Brasileira
1944
Uruguaiana
RS
Cooperativa da Fronteira Oeste
1945
Dom Pedrito
RS
Cooperativa Tritícola Serrana
1947
Campo Grande
MS
Frima - Frigorífico Matogrossense*
1948
Campo Belo
MG
Frigorífico São João
1949
Uberlândia
MG
Frigorífico Omega
1950
Ponta Grossa
PR
Wilson (suínos)
1950
Araguari
MG
Frigorífico Mataboi
1953
Tupanciretã
RS
Cooperativa Rural Serrana
1954
Santana do Livramento
RS
Cooperativa Regional Santanense de Lãs
1954
Santa Luzia
MG
Frimisa (prop. estaduall)
1954
Anápolis
GO
Frimisa
(*) 1947 segundo a página institucional da Acrissul; ou 1960 segundo Souza.

“Mamigonian destaca que o movimento dos invernistas e o apoio estatal, durante o governo Vargas, em 1951, foi fundamental para a implantação de vários frigoríficos nas áreas de engorda de Andradina, Araçatuba, Barretos, Campo Grande, e em Belo Horizonte, Montes Claros, Teófilo Otoni e sul de Minas. Paralelamente, pequenos açougueiros nacionais de origem imigrante passaram a implantar frigoríficos nas áreas de engorda: Bordon (Presidente Prudente), Fialdini (São Carlos), Zancopé (Jundiaí), entre outros. Ainda segundo o mesmo autor, nas áreas de engorda, esses novos investimentos obtinham vantagens em relação aos frigoríficos localizados em São Paulo e na Guanabara, em virtude da redução de custo do frete de boi, da menor perda de peso de animais, da redução do tempo entre compra de gado, abate e venda da carne, e do pagamento de salários mais baixos” [Espíndola].
Porém, embora o autor cite um ponto de partida (1951), não permite identificar quais estabelecimentos citados começaram a operar nessa década. Os frigoríficos Bordon e Mouran, por exemplo, — cujos vagões já fazem parte do ferreomodelismo, — são da década seguinte.
A resistência dos quatro oligopólios estrangeiros à realização de novos investimentos faz com que sua participação no mercado caia de 60%, em 1952, para 16% em 1964 [Sato].
Simultaneamente com esses desenvolvimentos na indústria frigorífica, as ferrovias também passaram por algumas mudanças importantes.
·                    Resgate das principais concessões ferroviárias sob controle estrangeiro e formação das redes regionais — VFRGS (1920), RMV (1931), VFFLB (1935), RVPSC (1940), CVRD (1942), RFN (1950),— com a retomada dos investimentos, ainda que em ritmo arrastado; e, por fim, a criação da RFFSA (1957). O Catálogo do Preserve - Rio Grande do Sul frisa os esforços de aparelhamento da VFRGSporém também não é específico quanto a datas, vagões e outros dados; é dele a foto do vagão isotérmico Cocecal Tupanciretã.

A criação e desenvolvimento de indústrias nacionais de material ferroviário, cujos vagões vão gradualmente substituindo os antigos vagões importados da Europa e dos Estados Unidos.

Algumas reportagens sobre o abandono das ferrovias no Brasil



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