A
Cooperativa Rural Serrana Ltda teve em seu patrimônio 20 vagões isotérmicos construídos
em 1953 pela COBRASMA com a classificação da RFFSA SR6 e logo em 1955 foram construídos
vagões totalmente metálicos.
Abaixo
temos um modelo destes vagões isotérmicos IC – 39000 a 39019
A lista e o mapa
desse período são apenas simbólicos, como a “nuvem eletrônica” das velhas aulas
de Física, que se limita a indicar probabilidades. Lacunas são mais do que
prováveis.
Verificam-se, de um
modo geral:
·
O
crescimento do mercado interno, paralelamente à industrialização do país e
consequente urbanização da população.
·
A
criação e/ou expansão de iniciativas locais nas áreas de colonização europeia
recente, caracterizadas pela pequena propriedade familiar, em Santa Catarina e
norte do Rio Grande do Sul, que dariam origem à Sadia e à Perdigão, por
exemplo. Uma estratégia gradualmente direcionada para produtos de maior valor
agregado, tendo em vista a ampliação do consumo interno, permitia menor
dependência da ferrovia, suportando até o transporte aéreo.
·
A
substituição de antigas charqueadas por frigoríficos, em especial no oeste do
Rio Grande do Sul, estimulada a partir de 1934 pela criação do Serviço de
Inspeção de Produtos de Origem Animal. A orientação classista (marcada na
Constituição de 1934) reflete-se na organização cooperativa de vários desses
estabelecimentos.
·
O
investimento em pastagens artificiais no Sudeste e Centro-Oeste.
·
O
estímulo dos governos de Minas Gerais à industrialização, em especial no
pós-guerra.
Ano
|
Cidade
|
UF
|
Frigorífico
|
1916
|
Cotiporã
|
RS
|
|
Concórdia
|
SC
|
||
Chapecó
|
SC
|
||
Videira
|
SC
|
||
Herval d'Oeste
|
SC
|
||
1936
|
São Gabriel
|
RS
|
Cooperativa
Rural Brasileira
|
1944
|
Uruguaiana
|
RS
|
Cooperativa da
Fronteira Oeste
|
1945
|
Dom Pedrito
|
RS
|
Cooperativa
Tritícola Serrana
|
1947
|
Campo Grande
|
MS
|
Frima -
Frigorífico Matogrossense*
|
1948
|
Campo Belo
|
MG
|
Frigorífico São
João
|
1949
|
Uberlândia
|
MG
|
Frigorífico
Omega
|
1950
|
Ponta Grossa
|
PR
|
Wilson (suínos)
|
1950
|
Araguari
|
MG
|
Frigorífico
Mataboi
|
1953
|
Tupanciretã
|
RS
|
Cooperativa
Rural Serrana
|
1954
|
Santana do
Livramento
|
RS
|
Cooperativa
Regional Santanense de Lãs
|
1954
|
Santa Luzia
|
MG
|
Frimisa (prop.
estaduall)
|
1954
|
Anápolis
|
GO
|
|
“Mamigonian destaca que o movimento dos invernistas e o
apoio estatal, durante o governo Vargas, em 1951, foi fundamental para a
implantação de vários frigoríficos nas áreas de engorda de Andradina,
Araçatuba, Barretos, Campo Grande, e em Belo Horizonte, Montes Claros, Teófilo
Otoni e sul de Minas. Paralelamente, pequenos açougueiros nacionais de origem
imigrante passaram a implantar frigoríficos nas áreas de engorda: Bordon
(Presidente Prudente), Fialdini (São Carlos), Zancopé (Jundiaí), entre outros.
Ainda segundo o mesmo autor, nas áreas de engorda, esses novos investimentos
obtinham vantagens em relação aos frigoríficos localizados em São Paulo e na
Guanabara, em virtude da redução de custo do frete de boi, da menor perda de
peso de animais, da redução do tempo entre compra de gado, abate e venda da
carne, e do pagamento de salários mais baixos” [Espíndola].
Porém, embora o autor cite um ponto de partida (1951),
não permite identificar quais estabelecimentos citados começaram a operar nessa
década. Os frigoríficos Bordon e Mouran, por exemplo, — cujos vagões já fazem
parte do ferreomodelismo, — são da década seguinte.
A resistência dos quatro oligopólios estrangeiros à
realização de novos investimentos faz com que sua participação no mercado caia
de 60%, em 1952, para 16% em 1964 [Sato].
Simultaneamente com esses desenvolvimentos na indústria
frigorífica, as ferrovias também passaram por algumas mudanças importantes.
·
Resgate das principais concessões
ferroviárias sob controle estrangeiro e formação das redes regionais — VFRGS (1920), RMV (1931), VFFLB (1935),
RVPSC (1940), CVRD (1942), RFN (1950),— com a retomada dos investimentos, ainda
que em ritmo arrastado; e, por fim, a criação da RFFSA (1957). O Catálogo do Preserve - Rio Grande do Sul frisa os esforços de aparelhamento da VFRGSporém também não é específico
quanto a datas, vagões e outros dados; é dele a foto do vagão isotérmico Cocecal
Tupanciretã.
Algumas reportagens sobre o abandono das ferrovias no Brasil
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