02/01/2016

COMBATE DE CARAJAZINHO - TUPANCIRETÃ

No dia 22 de março de 1923,Honório Lemes e seu grupo inicia sua marcha em Pio Pando, no Mato Seco em uma estância em Terras Alegretenses com objetivo de acertar umas contas com o Flores da Cunha (TELLES 2012, p. 72) . Foram percorridosos mais distintos locais. Passaram pelas terras de Uruguaiana, São Gabriel, Livramento, Dom Pedrito, entre outros lugares e no mês de setembro, dia 23, Honório e seus comandados seguem rumo às missões ,que em 3 de outubro a coluna se aproxima de São Franco de Assis. Já no dia 13 do mesmo mês estavam em São Luiz Gonzaga e dali saiam rumo a Santo Ângelo para um encontro com o Marechal Setembrino de Carvalho para as primeiras negociações de paz , o que não chegou a acontecer pois o encontro foi interrompido com a batalha que ficou conhecida como"COMBATE DO CARAJAZINHO" no dia 17 de outubro de 1923 (TELLES, 2012, p .141). Flores da Cunha soube que o Marechal Setembrino, Ministro da Guerra havia marcado um encontro com Honório Lemes para uma conferência em Santo Ângelo para tratar sobre a paz da Revolta Libertadora em 1923. Foi aí que Flores decidiu ir até o local marcado para a entrevista ministerial, pois estava "disposto a evitar ou interromper" o encontro (CUNHA, Discursos, 1999, p. 210). Para interceptar o caminho de Honório Lemes, Flores dirigiu-se em direção a São Luiz Gonzaga e São Miguel. Pouco adiante pararam para carnear e dar descanso aos homens e animais. "As reses abatidas deram carne magra e engelhada: quase não se prestava para assar" (CUNHA: discursos. 1999, p. 219). Após chamuscada apressada na carne, Flores e seus homens descansaram, deu um banho no seu cavalo e escolheu algumas metralhadoras leves e resolveu que as duas horas da tarde recomeçaria a marcha em perseguição a Honório Lemes. Flores da Cunha troteou por muitas léguas sem ter notícias de seus vanguardeiros. Pela tarde encontrou-os apeados comendo laranjas na propriedade da família Kruel. Estes eram comandados pelo capitão Antoninho Pacheco de Campos. Foi ali que Flores perguntou do inimigo e ele respondeu que estavam dali a menos de 1000 metros. Flores da Cunha também "aceitou umas laranjas, oferecidas pelas senhoras daquela estância" (CUNHA: Discursos, 1999, p. 220). Em seguida ordenou o ataque e dirigiu-se para frente.
Era 17 de outubro de 1923. Honório Lemesjá sabia da presença de Flores da Cunha e estava acampado ali perto carneando algumas reses para o café da manhã. "Foi feito fogo para atrair Flores e se retiraram, ficando de tocaia. E Flores mordeu a isca..." (TELLES, 2012, p. 141). É quando Honório dá a ordem de atacar. CUNHA no livro diz o seguinte: "Estando toda a nossa gente apeada, mandei montar e preparar-se para a carga. Não pude, entretanto, desferi-la porque o inimigo já trazia a sua e levou-me por diante. Houve um momento de pânico e de debandada" (Discursos. 1999, p. 220). Telles, em seu livro escreve: "alguns conseguiram chegar até os cavalos e montar fugando. O próprio Flores quase foi alcançado por Democratino da Silveira e Mallet dos Santos..." (2012, p. 141). Este encontro aconteceu próximo a Lagoa da Mortandade. Flores da Cunha conseguiu reunir seus companheiros e voltou para proteger o Major Laurindo Ramos. Se fizeram fortes e puderam conter o inimigo. Os revolucionários viram-se obrigados a se retirar. O combate entre chimangos e maragatos foi inusitado e de intensidade. "As descargas cerradas sucediam-se ininterruptamente e por longo espaço de tempo". (CUNHA: Discursos, 1999, p. 220). Esse combate "ficou conhecido popularmente por Combate do Carajazinho". Aconteceram várias mortes e muitos feridos tanto dos governistas quanto dos revolucionários.
No final do Combatedo Carajazinnho, os revolucionários liderados por Honório Lemes seguiram para São João Mirim e deixaram na casa do Sr. Libindo Pereira Viana, dois tenentes gravemente feridos. O proprietário da casa atendeu os feridos. Flores da Cunha e suas tropas pernoitaram no acampamento de Honório Lemes onde aproveitaram parte da carne abatida pelos revolucionários. O grupo estava muito cansado, mas Flores se consolava"de haver impedido a realização da Conferência aprazada para Santo Angelo, pois forçara o inimigo a desviar-se dali, tornando impossível o encontro com o ministro da guerra" (CUNHA:Discursos, 1999, p. 221). No dia seguinte bem cedo, Flores da Cunha e sua tropa recomeçaram a marcha. Em seus discursos diz assim: "...ao alcançarmos São João Mirim, caía como uma bomba o boato de que, em casa dali vizinha, se achava gravissimamente ferido um dos chefes da coluna de Honório Lemes". (1999, p. 221).E ainda segue: "também encontraram à beira da Lagoa da Mortandade estendido e degolado um soldado". Flores da Cunha se dirigiu atéa casa do Sr Libindo Pereira Viana onde se encontravam os feridos. Era o Coronel Democratino Silveira e o Tenente Flores Trindade. Eram velhos conhecidos. Conversou com eles. Fez refeições ali mesmo e foi "acolhido com satisfação e fidalguia, onde serviram café com leite, acompanhado de rico bolo e manteiga". (CUNHA, Discursos, 1999, p. 222). Na mesma ocasião também deixou por escrito "ordens terminantes ao comandante da retaguardapara fazer respeitar a casa, seus moradores e os 2 feridos nela em tratamento". Em seguida rumou com suas tropas em direção a Tupanciretã e Santa Maria.A Lagoa da Mortandade fica localizada na localidade de São João Mirim distante 28 km da cidade de Eugenio de Castro. Situa-se a uma altitude de 357m.
É um ponto importante por ser um entroncamento que dá acesso a Entre Ijuis, São Miguel e Coimbra. É uma das poucas lagoas que possui margens com barranco, uma característica muito peculiar. Suas águas são turvas e não possui uma nascente de água. É mantida apenas pelas águas da chuva. Possui um espelho de água aproximadamente 1,5 hectares de área. Localiza-se no alto de uma coxilha próximo ao divisor de águas que dá origem a duas bacias hidrográficas: bacia do rio Ijuizinho e bacia do rio Piratini. O seu entorno é ocupado para atividades agropecuárias. O nível de suas águas está diminuindo nos últimos anos. Por ser um lugar histórico e por terem passado ali as forças de Flores da Cunha e Honório Lemesé tema de estudo para muitas pessoas, intelectuais, professores e alunos das escolas do município. Pessoas de outros lugares estão interessados em conhecer a históriado lugar por que ali aconteceram fatos relevantes que fazem parte da historia do Rio Grande do sul e evidentemente de Eugênio de Castro. No imaginário popular existem muitas histórias e lendas. Nela teriam sido jogados corpos de pessoas que teriam morrido no combate. Acredita-se que ela é assombrada, que os animais não a atravessam e que não queriam beber das suas águas, que ninguém dorme a noite no local e que no meio haveria um sumidouro e que poucos peixes conseguem sobreviver.
Este ano são comemorados os 90 anos de sua história. Pois foi no dia 17 de outubro de 1923 que próximo a ela aconteceu um importante combate da Revolução Libertadora entre as forças revolucionárias de Honório Lemes e as forças de Flores da Cunha conhecido popularmente como Combate do Carajazinho. (Bibliografia consultada:José Antônio Flores da Cunha: discursos (1909-1930); org. Carmen Aita e Gunter. Assembléia Legislativa do RS, 1999. TELLES , Jorge. Honório Lemes, 2012.)





José Antônio Flores da Cunha
Carajazinho (dia 17 de outubro)
 Trotei e galopei pela estrada afora, num percurso de várias léguas, sem conseguir notícias e sinais dos meus vanguardeiros. Isto dava-me apreensões, não só porque tinham avançado muito, como, também, porque me forçavam, para encontrá- los, a me distanciar perigosamente do grosso da força. Pela tarde, fui dar com eles, apeados e comendo laranjas, na frente do estabelecimento pastoril da família Kruel. Comandava-os o valoroso Capitão Antoninho Pacheco de Campos. Interpelei-o, de cima do cavalo, sobre o paradeiro do inimigo. Apontou-me, com o braço estendido, a menos de mil metros de nós, a linha contrária. Efetivamente, sem binóculo, podia ser avistada, sobretudo, quando assomava no alto das coxilhas. Cruzei a perna por cima do pescoço da cavalgadura e aceitei umas laranjas, oferecidas pelas senhoras daquela estância. Ao passo que me dessedentava com aquelas boas frutas, dava tempo que chegassem os companheiros, retardados na marcha. Logo depois, começaram a aparecer os primeiros elementos do 5º Corpo. Ordenei o ataque e dirigi-me para a frente. Nessa ocasião, o inimigo, que já estava acampado e começara a carnear, pôs-se em movimento, abandonando os fogões e o gado abatido, sem chegar a lhe tirar o couro! O fogo, em dado momento, adquiriu inusitada intensidade. As descargas cerradas sucediam-se ininterruptamente e por longo espaço de tempo. Quando atingi a nossa linha, vinha correndo para trás, a pé, um soldadinho das forças legais. Perguntei-lhe porque se retirava desse modo. Respondeu-me que lhe tinham matado o cavalo. Entreguei-lhe, então, a lança que trazia empunhada com a flâmula da Brigada e mandei-o recolher-se a um sangão, na retaguarda. Como se fosse exígua a tropa com que contávamos para atacar, até o sargento porta-estandarte (Conceição) empreguei na luta, agarrando eu a bandeira! Estando toda a nossa gente apeada, mandei montar e preparar-se para a carga. Não pude, entretanto, desferi-la porque o inimigo já trazia a sua e levou-nos por diante! Houve um momento de pânico e de debandada! Eu mesmo fui forçado a retirar, perseguido e alvejado, de perto, por um troço de adversários! Pouco adiante, porém, consegui reunir um grupo de companheiros e voltei para proteger o Major Laurindo Ramos, Capitão Luiz Aranha e outros, que se tinham entrincheirado no sangão já mencionado onde, dispondo de um F. M., se fizeram fortes e contiveram o inimigo. Durante a retirada, ouvi claramente, os perseguidores gritarem: “Oigaté! Esperem!” O meu cavalo, com os tiros de que me faziam alvo, quase me derrubou! Fogoso e embravecido pelo tiroteio, mal o podia conter pelo freio: num dos pulos que deu, fez saltar o revólver da cintura! Por fortuna, pude agarrá-lo, antes de cair ao chão, e, com ele, revidar os disparos! Os revolucionários, contidos pela resistência do Major Laurindo e seus comandados, viram-se obrigados a retirar, levando vários chefes e oficiais feridos. Com duas ou três rajadas de fuzil metralhador, feitas quase à queima-roupa, bastou para os fazer arrepiar carreira! Tivemos, de nossa parte, várias baixas entre mortos e feridos. Dentre estes, lembro-me do Capitão Heitor Coimbra, alcançado no pé, por um projétil. 221 Durante a ação, escapou-se e foi apresentar-se aos rebeldes o Tenente Couto, aprisionado por mim no Caverá. O soldadinho a quem eu, ao chegar à linha de fogo entregara a flâmula da Brigada, feito prisioneiro, apareceu, no dia seguinte, degolado à beira da Lagoa da Mortandade! Os revolucionários perderam também alguns homens, sendo, porém, mais avultado o número de feridos. Ali caíram o Coronel Mingote Cunha, de Uruguaiana; Tenente-Coronel Mallet dos Santos, de São Francisco de Assis; Tenente-Coronel Democratino Silveira, de Alegrete, e mais alguns outros de postos inferiores. Dos acima enumerados, os mais gravemente atingidos foram o segundo e o terceiro. Ali também foi morto o nosso soldado, conhecido no 5º Corpo, de que fazia parte, por Pai João. Como, em anterior refrega, tivesse corrido, na coluna, a falsa notícia de sua morte, um dos nossos camaradas, surpreendido de vê-lo vivo, disselhe: “Ué! Você, então, não morreu?” Ao que o malogrado e valoroso preto respondeu: “Não era eu! Eu fui ver!” Pernoitamos no próprio acampamento de Honório Lemes, onde parte de nossa gente comeu a carne do gado por ele abatido e de que se não pôde utilizar! Combatêramos no Carajazinho e era 17 de outubro. Até altas horas da madrugada, continuavam chegando nossas tropas, após penosa caminhada. Primavera fria, tive de dormir nos arreios, sob o céu azul-turquesa do Rio Grande do Sul amado! Abstive-me de toda e qualquer alimentação. Recordo-me de que o Coronel Chico Flores convidou-me a comer uns ovos fritos em sebo, convite que, como é de ver, não aceitei! Afadigado, não dormi com facilidade. Acudiam-me à mente os lances mais arriscados do combate e considerava o erro de, na véspera, ter optado pelo atalho da Laranja Azeda, enquanto que, se tivesse perseverado no cumprimento do itinerário anteriormente traçado, o recontro teria sido frontal e decisivo. Tanto mais quanto, nesse e no anterior dia, recebera grande potreada de excelentes e gordos cavalos, na maioria da marca O, pertencentes a um dos bancos do Estado e entregues pelos fazendeiros em pagamento de débitos vencidos e atrasados. Bem montados, teríamos podido, depois do choque, fazer uma perseguição em forma. Em todo caso, consolava-me a certeza de haver impedido a realização da conferência aprazada para Santo Ângelo, pois forçara o inimigo a desviar-se dali, tornando, portanto, impossível, para os mais próximos dias, o encontro com o Ministro da Guerra! Não esperei o amanhecer para recomeçar a marcha. Encarregado por mim de explorar o rumo seguido pelas forças contrárias, o Major Tauro Diogo Hamilton pretendeu tomar um caminho que, partindo do eixo da estrada real, dirigia-se para a direita. Compreendendo, pelo meu faro de camponês, que escolhera senda errada, galopei para a vanguarda e fiz-lhe ver que, ao terminar o combate, já muito avançada a noite, o fogo vinha de uma serrinha, sita à esquerda, isto é, do lado oposto àquele por onde quis enveredar. Replicou-me que escolhera esse caminho porque notara, no chão, as grandes pegadas deixadas pelos animais cavalares. A minha observação estava certa: o inimigo tomara a direção por mim prevista. Tanto assim que, logo depois, ao alcançarmos São João-Mirim, caía como uma bomba o boato de que, em casa dali vizinha, se achava gravissimamente ferido um dos chefes da coluna de Honório Lemes. Não foi fácil conter a nossa gente e mantê-la em forma, ao se propalar nas fileiras essa notícia! É que, momentos atrás, todos tinham contemplado, à beira da Lagoa da Mortandade, estendido e degolado, o cadáver do nosso infortunado soldadinho, como que reclamando represália! Consegui, não obstante, impor-me e fazer prevalecer as normas de disciplina e humanidade, que nortearam sempre a conduta dos nossos comandados: nenhuma vingança seria tomada. 222 Efetivamente, os revolucionários, confiantes em nossa nunca desmentida clemência, haviam deixado, em tratamento, na casa do Sr. Libindo Pereira Viana, o TenenteCoronel Democratino Silveira e o Tenente Flores Trindade, ambos apresentando ferimentos de importância. Conhecia, do tempo em que dirigiu as construções dos torreões do haras Assis Brasil, no Itaiaçu, o Sr. Democratino Silveira, moço afável, laborioso e de correto proceder. Ao penetrar no quarto da fazenda em que o hospitalizaram, achei-o deitado, enormemente pálido e com a barba preta crescida de meses. Antes de o cumprimentar, as primeiras palavras que lhe dirigi foram estas: “Então, amigo, é nesta situação que o venho encontrar?” Respondeu-me: “Que quer, doutor, são idéias!” Afirmei, incontinenti, que tudo quanto podia fazer era garantir-lhe a vida! Aspirou fortemente, dando-me a certeza de que, até ali, estava temeroso do que lhe poderia advir. Negou-se, com dignidade, a informar-me do rumo tomado pela coluna rebelde. O companheiro, porém, que estava deitado sobre um colchão, no assoalho, intervindo, disse: “Que sabe ele, doutor, se todos vão como maleta de louco!” Tocando-lhe os pés, senti-os congelados. Interroguei-o sobre se já havia sido medicado. Respondeu-me negativamente e, levantando as cobertas, quis mostrar-me o terrível ferimento, pelo qual ainda sangrava. Sabendo que o Tenente-Coronel Mallet dos Santos, também ferido gravemente, partira de automóvel para buscar recursos médicos em Tupanciretã, estranhei que o não tivesse acompanhado. Respondeu-me não lhe ter sido possível suportar os trancos e baques da viagem. Percebia-se, pela palidez, que perdera muito sangue e, pelas contorsões, que continuava sofrendo intensas dores. Acalmei-o com a promessa de que seria atendido e medicado pelo Dr. Aires Maciel, nosso médico, que vinha à retaguarda. Havia dezessete anos que estivera naquela casa, quando da viagem por mim feita para ir visitar, em São Luiz, o meu saudoso e grande chefe, Senador Pinheiro Machado, de memória refulgente e imortal. Fora ali agasalhado e cercado de atenções inolvidáveis. O Sr. Libindo, casado em segunda núpcias, tinha aspecto de ser duas vezes mais velho que a esposa, jovem e bela. Davam a impressão, apesar da diferença de idade, de viverem tranqüilos e felizes. Almocei em companhia do casal, desalterei-me com uvas excelentes e até passeei a cavalo pelos campos, onde o bom do velho Libindo mostrou-me os bezerros da primeira mestiçação do gado crioulo com o zebu. Sobressaía das demais a que denominara Flor da Serra, uma novinha osca-oveira, produto daquele cruzamento. Vinha, passados quase vinte anos, tornar a vê-los: ele, octogenário, e, ela, com os cabelos brancos como neve! Acolheram-me como da outra feita, com satisfação e fidalguia, levando-me para o interior do lar abençoado, onde serviram-me, em grandes chávenas, café com leite, acompanhado de rico bolo e manteiga! Refeição deliciosa. Repetia, sem nenhuma cerimônia, pois há mais de trinta horas nada comera. Os bons velhinhos, ao mesmo tempo que me cumulavam de gentilezas, lamentavam, incessantemente, as condições dolorosas em que, forçado, voltava a visitá- los. Narraram-me os episódios dessa noite, quando Honório Lemes, Batista Luzardo e outros chefes, tão ou mais famintos que eu, ali chegaram para pedir-lhes alimentos: invadiram a casa até a cozinha e lá mesmo prepararam e comeram o que foram encontrando. Manifestei-lhes toda a minha gratidão e, antes de partir, deixei por escrito ordens terminantes ao comandante da retaguarda para fazer respeitar a casa, seus moradores e os dois feridos nela em tratamento. 223 Esse documento foi achado, dentre os papéis do espólio daquele digno fazendeiro patrício, pelo Doutor Pedro Pinto, médico em Tupanciretã e meu dedicado e prestimoso amigo.

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