24/10/2015

Os limites da liberdade - Jornal A Voz do Jari - Tupanciretã


Página 2

Editorial 
Sob os reflexos da crise financeira e cultural que assola o país, a sociedade, aturdida pelo sacrifício do arrocho salarial, está vivendo uma onda de rebeldia, de desespero e de insatisfação, e por que não dizer de indignação. As mínimas coisas são sentidas como graves motivos para ataques pessoais descomedidos. A revolta expressa em ofensivas palavras está além da postura e da dignidade de muitas pessoas. E, com isso, o sentido da democracia está ultrapassando o poder do limite da liberdade de expressão, cidadania e da consciência crítica e cultural, o que se evidencia no Facebook e nos movimentos sociais. É lastimável se observar a falta de ética e de respeito de alguns faceanos, expressas nas suas postagens, quando que, as redes sociais, como o próprio nome bem diz, têm como fundamento primordial a aproximação das pessoas, o relacionamento, a comunicação, e o lazer, cultivados através desta importante ferramenta tecnológica. É lastimável se ver muitas pessoas de curso superior, profissionais, pessoas que dizem cultas, assim como uma massa de mal informados, usando essa importante rede social para desestruturar o meio em que vivem. Jamais se pode brincar com a imagem ou a idoneidade de quem quer que seja, ou insultar autoridades com palavras que venham em desabono a sua moral, ou a sua idoneidade. A Lei é bem clara e diz que isso é crime. E muitas pessoas não sabem da gravidade disso ou estão brincando de mocinho tendo como alvo o nome de seus próprios amigos ou conterrâneos. Assim como também muitas lideranças não estão se dando conta dos reflexos que isso poderá gerar as famílias de seus próprios amigos. Daí o poder da prevenção, depois de acontecer uma desgraça, não adianta se desesperar. Tudo é possível quando não se tem conhecimento do que é possível, como resultados ou consequências de um ato impensado. As manifestações populares, as mobilizações sociais são valiosas maneiras do livre exercício democrático. Mas, desde que sejam revestidas de respeito, educação ou fundamentadas pelo diálogo, como a mais eficaz ponte ao entendimento. Não se pode confundir democracia, com anarquia, Essas duas formas são análogas no ponto de partida, mas divergem em resultados. A desestruturação da sociedade está se tornando alienante. Muitas pessoas ainda não se deram conta disso. Não sou contra as manifestações populares. Ao contrário, vejo os movimentos sociais como uma ação democrática de reconstrução social, de luta por mudanças. Mas desde que sejam bem conduzidos, pois quando entra a violência, com agressões, atos ou palavras de desacato às pessoas, a razão perde o sentido. Diante disso, vamos refletir sobre muitas coisas que vem acontecendo na nossa Comunidade, no Estado e no País, lembrando que palavras não se perdem ao vento, elas são mais eficazes que as armas bélicas. E a hipocrisia é o pior veneno que corrompe uma sociedade. A democracia exercida com cidadania e responsabilidade é o mais puro e legítimo direito democrático de um povo polido, ordeiro, consciente da sua liberdade constitucional perante os princípios éticos e morais. Pense nisso! Eloá Silveira de Souza

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