21/04/2015

Manoelito Guglielmi de Ornellas - Biblioteca Particular Afonso da Silva



(Nome Literário: Manoelito de Ornellas. 
Pseudônimos: Lisboa, Luis Felipe e Paulo da Vila)
Itaqui, RS, 17/02/1903
Porto Alegre, RS, 08/07/1969

FILIAÇÃO: Manuel Pedro de Ornellas, descendente da Ilha da Madeira, Porutgal e Ana Guglielmi de Ornellas, de ascendência italiana e francesa, nascida no Uruguai em 1914.

ATIVIDADES: Vai estudar, aos 11 anos de idade, no Ginásio Santa Maria, na cidade de mesmo nome, onde permanece apenas um ano. Em 1915 Volta ao convívio da família.

Em 1917 inicia a formação de sua biblioteca com “Os sertões”, de Euclides da Cunha. É emancipado pelo pai, a fim de tomar conta dos negócios da família, pois Manoel Pedro encontra-se doente nessa época.

Em 1918 presta exames escolares nas cidades de Itaqui e de Uruguaiana e conclui o ginásiocom aprovação máxima na maioria das disciplinas.

Em 1920 morre Humberto, seu irmão mais velho, e a família toma novos rumos. 

Em 1922 muda-se, com a família, para Tupaciretã, região do Planalto Médio.

Em 1927 morre Anna Guglielmi, mãe de Manoelito, no dia 4 de abril. Em 1928 publica pela Emp. Gráfica Ltda., de São Paulo, seu primeiro livro: “Rodeio de Estrelas”, poesias.

Em 1930 é redator do Jornal da Manhã e, após, redator-chefe de A Federação. Publica o livro de poesias, “Arco-Íris”, pela Livraria do Globo, e “Dois discursos”, pela mesma editora.

Em 1931 casa-se com Lucy Pinto de Ornellas, prima de Aureliano e José Figueiredo Pinto,amigos de Manoelito. Em 1932 nasce Lília Pinto de Ornellas.

Em 1934 muda-se, com a família, para Santa Maria. Publica pela São Paulo Editora uma monografia sobre a história da região missioneira do Estado, “Tupaciretã”, trabalho que rende ao autor uma cadeira de membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul.

Em 1935 muda-se, com a família, para Porto Alegre.

Em 1937 recebe a condecoração Cavaleiro da Ordem da Coroa de Itália, em 21 de setembro.

Em 1938 é nomeado diretor da Biblioteca Pública. Em seguida é eleito presidente da Associação Riograndense de Imprensa (ARI) em substituição ao escritor Erico Verissimo. Publica seu primeiro livro de ensaios, “Vozes de Ariel”, pela Globo.

Em 1939 é nomeado, respectivamente, diretor da Imprensa Oficial e do Jornal do Estado, órgão este que traduzia o pensamento do governo. Nessa época escreve editoriais de repercussão nacional. Em 1940 publica “Tradições e símbolos”. É agraciado com a Medalha de Prata do 50º aniversário da Proclamação da República, em 20 de maio.

Em 1942 assume o cargo de diretor do Departamento de Imprensa e Propaganda, órgão do governo brasileiro no Rio Grande do Sul.

Em publica, com êxito total de crítica, o livro de ensaios “Símbolos bárbaros” pela Livraria do Globo. Mais tarde lança “O Brasil nos destinos da América”.

Em 1943, portanto cinco anos antes da fundação do pioneiro “ 35” CTG, ao publicar o livro de ensaios SÍMBOLOS BÁRBAROS , começa expressiva pregação para o movimento tradicionalista.

Em 1944 inicia uma campanha, por todo o território sul-rio-grandense, pela volta ao regime democrático. Profere conferências e lança o estudo “Caminhos originais do Brasil”.

Em 1945 deixa a direção do Departamento de Imprensa e Propaganda e assume a direção do Arquivo Público.

Em 1948 publica, pela Editora Globo, o romance histórico “Tiaraju”. Também sai “Gaúchos e beduínos – a origem étnica e a formação social do Rio Grande do Sul”, pela José Olympio, considerado um dos dez principais livros da sociologia brasileira, além do ensaio “Uma viagem pela literatura do Rio Grande do Sul”, separata da Revista Atlântico, de Lisboa. Traduz e prefacia o romance “Ariadne”, de Claude Anet, e “Tabaré”, o poema de Juan Zorrilla de San Martín.

Em 1951 assume, como professor interino, as disciplinas de Literatura Hispano-Americana e Cultura Ibérica da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sendo efetivado em 21 de dezembro.

Em 1952 lança pela editora Arte no Rio Grande “A filigrana árabe nas tradições gaúchas”.

Em 1954 é afastado do corpo docente da Ufrgs e ingressa na Faculdade de Filosofia de Florianópolis, onde passa a lecionar História da Arte. Publica “O Rio Grande do Sul tradicionalista e brasileiro” e “Cadernos de Portugal e Espanha”.

Ainda em 1954, foi o presidente do 1º Congresso Tradicionalista, em Santa Maria, onde apresentou uma publicação do pioneiro “ 35” Centro de Tradições Gaúchas, documento intitulado “ O Rio Grande Tradicionalista e Brasileiro” , que entraria para a história do tradicionalismo gaúcho, pois foi o seu discurso na abertura do evento. Documento este que serviu de pauta para o Presidente utilizar na sessão de instalação do 50º Congresso Tradicionalista também na cidade de Santa Maria em 2004;

Em 1955 edita, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, “A poesia crioula na sátira política”. É agraciado com a Medalha Imperatriz Leopoldina, do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, em 5 de novembro.

Em 1956 publica “A gênese do gaúcho brasileiro”, Cadernos de Cultura, pelo Ministério de Educação e Cultura.

Em 1957 lança “Uma viagem pela literatura do Rio Grande do Sul”, reedição da Revista Vértice de Lisboa. Em 8 de outubro recebe a Medalha do Pacificador, outorgada pelo Ministério do Exército.

Em 1958 é condecorado com a Medalha Sílvio Romero, do antigo Distrito Federal (Rio de Janeiro), em 29 de agosto.

Em 1959 é incluída oficialmente no “Indice Histórico Español”, sob a orientação de Guilhermino Cespedes, catedrático da Faculdade de Letras de Sevilha, a obra “Gaúchos e beduínos”.

Em 1960 publica o livro “A cruz e o alfanje” pela editora Progresso de Salvador, Bahia. Em 7 de abril é homenageado com a Comenda de Alfonso X, El Sábio, distinção máxima do governo espanhol a intelectuais estrangeiros.

Em 1961 é laureado com a Medalha Olavo Bilac por seus estudos sobre a Espanha.

Em 1963 é eleito, pelos líderes da sociedade sul-rio-grandense, como a Personalidade do Ano na área da Cultura e das Letras. Recebe o prêmio da Sociedade Pedro II pelo livro “Máscaras e murais de minha terra”.

Em 1964 edita, em plaqueta, a monografia “Bolívar Escritor” e “Tardes e noites brasileiras de cultura”. É nomeado adido cultural do Brasil no Uruguai.

Em 1965 lança “Máscaras e murais de minha terra”, editado pela livraria do Globo.

Em 1967 publica, pela EDART, de São Paulo, “Um bandeirante da Toscana”, livro encomendado por Assis Chateaubriand, que versa sobre a vida de um ilustre italiano que restaurou a indústria açucareira de São Paulo.

Em 1968 recebe o prêmio Joaquim Nabuco, da Academia Brasileira de Letras, entregue pelo acadêmico Ivan Lins, pela obra “Máscaras e murais de minha terra”. É homenageado com o título de Membro Honorário da Academia Catarinense de Letras.

Em 1969 edita, pela Livraria Sulina, “Terra Xucra”, livro de memórias que formaria uma trilogia com “Mormaço” e “Estuário”, este inacabado. Os amigos e intelectuais de São Paulo promovem um lançamento especial para “Terra Xucra”, em junho, época em que Manoelito pronunciou várias conferências.

É Patrono da Cadeira nº 3 da Academia de Artes, Ciências e Letras Castro Alves, de Porto Alegre.

É Patrono da Cadeira nº 18 da Academia Passofundense de Letras.

Em 1971 foi o patrono da 17ª Feira do Livro de Porto Alegre.

A Biblioteca da Escola Estadual de 1º Grau Incompleto Vicente Soles, de Itaqui, RS, leva o seu nome.

Ruas em Porto Alegre e São Paulo levam o seu nome.

Em 2004 em Santa Maria foi considerado o PATRONO ESPIRITUAL DO 50º CONGRESSO TRADICIONALISTA.

Sua produção literária soma quase 20 importantes trabalhos, inclusive com duas traduções.

PRINCIPAIS OBRAS: Rodeio de Estrelas – Poemas Regionais (1928);
– Coração – Poesias (1929);
– Arco-Iris – Poemas Regionalistas (1930).

Prosa: Dois Discursos (1929);
– Tupan-Cy-Retan – Sociologia Histórica, SP (1934);
– Vozes de Ariel – Ensaios Críticos (1939);
– Tradições e Simbolismos – Conferência (1940);
– Símbolos Bárbaros – Ensaios (1943);
– O Brasil nos Destinos da América – Ensaios (1943);
– Caminhos Originais do Brasil – Conferência (1945);
– Tiaraju – Novela sobre motivos Folclóricos Rio-Grandenses (1945);
– Gaúchos e Beduínos – Sociologia (1 ª ed.1948 e 2ª Ed. 1999);
– A Filigrana Árabe nas tradições gaúchas, Ensaio (1952);
– Cadernos de Portugal e Espanha – Impressões de Viagem (1954);
– Uma viagem pela literatura do Rio Grande do Sul, ensaio, separata da Revista Atlântico, de Lisboa (1948);
– O Rio Grande Tradicionalista e Brasileiro – Discurso (1954);
– A Poesia Crioula na sátira política, (1955);
– A Gênese do Gaúcho Brasileiro (1956);
– A Cruz e o Alfange – Estudo de Interpretação das Culturas Oriental e Ocidental (1960);
– Bolivar, Escritor – Conferência (1964);
– Tardes e noites brasileiras de cultura (1964);
– Máscaras e Murais da Minha Terra – Ensaios (1966);
– Um Bandeirante de Toscana – Biografia (1967);
– Terra Xucra – Memórias (1966);
– Mormaço – Memórias (1972).

TRADUÇÕES: Ariane – romance de C. Anet. (1943); Tabaré – Poema de San Martin (1948).

NA IMPRENSA – Durante alguns anos, manteve na quarta página do Correio do Povo a seção PROSA DAS TERÇAS.


Obras: (as obras com destaque amarelo estão arquivados na Biblioteca particular - Afonso da Silva ) Tupanciretã.

1) Rodeio de Estrelas, poesias, Emp. Gráfica Ltda., 1928
2) Arco-Íris, poesias, Livraria do Globo, 1930
3) Dois discursos, Livraria do Globo, 1930
4) Tupan-cy-retan, monografia sobre a história da região missioneira do RS, 1934
5) Vozes de Ariel, ensaio, Livraria do Globo, 1938
6) Tradições e símbolos, 1940
7) Símbolos bárbaros, ensaios, Livraria do Globo, 1943
8) O Brasil nos destinos da América, ensaios, Livraria do Globo, 1943
9) Caminhos originais do Brasil, estudo, 1944
10) Tiaraju, romance histórico, Livraria do Globo, 1948
11) Gaúchos e beduínos - a origem étnica e a formação social do Rio Grande do Sul, Editora José Olympio, 1948 . Edições posteriores: 4 ed. Porto Alegre: Martins Livreiro, 1999.
12) Uma viagem pela literatura do Rio Grande do Sul, ensaio, separata da 
13) Revista Atlântico, de Lisboa, 1948
14) A filigrana árabe nas tradições gaúchas, ensaio, Editora Arte, 1952
15) O Rio Grande do Sul tradicionalista e brasileiro, 1954
16) Cadernos de Portugal e Espanha, 1954
17) A poesia crioula na sátira política, editora da UFRGS, 1955
A gênese do gaúcho brasileiro, Cadernos de Cultura pelo Ministério de Educação e Cultura, 1956
18) Uma viagem pela literatura do Rio Grande do Sul, reedição da Revista Vértice de Lisboa, 1957
19) A cruz e o alfanje, editora Progresso de Salvador, Bahia, 1960
20) Bolívar Escritor, monografia, 1964
21) Tardes e noites brasileiras de cultura, 1964
22( Máscaras e murais de minha terra, Livraria do Globo, 1965
23) Um bandeirante da Toscana, EDART de São Paulo, 1967 (livro encomendado por Assis Chateaubriand, sobre a vida de um ilustre italiano que restaurou a indústria açucareira de São Paulo)
24) Terra Xucra, Livraria Sulina, 1967 (livro de memórias que formaria uma trilogia com Mormaço e Estuário, inacabado)

Fontes:
http://www.estanciadapoesiacrioula.com.br/

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